segunda-feira, 30 de julho de 2007

1 minuto

Suficiente pra entregar o tremor das pernas e constatar além dos olhos.
Levar adiante a ação do verbo e causar tragédias literárias.
Provocando idéias, abrindo o solo com o passo mais leve.

Quase sem penúria pra ser movimento pra
relógio e encontro.
Atraso suficiente pra angústia engalfinhar a paciência, encher com pranto os olhos, pra lágrima sentida no ombro doentiamente calmo da despedida.
Suficiente pra mudar uma posição e comprometer uma vida.
Tão raro quanto as cenas verídicas; a realidade pequenamente embutida como razão.
Ilusão comovida dos poetas, metáfora esbaforida da imaginação.... para o corpo estendido em qualquer canto era alongamento de respiração e vitalidade.
Sem piedade pra contar nos dedos, roía as unhas em desespero do livramento... buscava lugar para o que encontrou como se guardasse pistas de um crime horrendo;
por cometer o resguardamento do pudor naquele único minuto.

Aonde brotou o gosto de sua boca pelo corpo do desejo; longe de suas razões quase sempre fixas na relatividade.
As cores vibrantes desbotaram da parede em que se encostava durante o sono... coloriu sonhos, e seu corpo
Ficou como crepúsculo, encenando um fim inspirador.

No empirismo cotidiano, reinou o cansaço de se saber acalentada por cada unidade
Idealizando ela cultivava mais e mais...
O mundo parou num minuto, aquele estado de semi-sono fez de tudo, inerte.
Naquele minuto foi.
Naquele minuto não contou com nada.
Pois naquele mesmo minuto não era ela que atribuia.
Era o simples minuto que existia.
Visão de um minuto eterno, ela persistiu na lembrança, na unidade primeira:
do um pra constituição......

O rosto corado foi só circunstância, não dizia mais nada pois era reflexo dos objetos daquele nada.
Nada mais justo. E arrebatador.
Pois num reflexo ainda mais detalhado desse espelho a figura colocava nos objetos a sofreguidão da justiça.
Sincera demais, sua boca calada só conseguira ingerir silêncio.
Não mais ludibriada, consentida do minuto que já fôra. Agora era e não precisava mais de nada.

Ficou a marca na estrada dos freios, da parada.
E seu corpo estendido conseqüência do ato impensado.
Foi só um minuto e uma resposta.
Olhos que não disseram nada além da voz que quisera-se ouvir.
Cruelmente sábia, guardou no bolso as mãos, e deixara os minutos ao chão.
Quando isto era ela, previsivelmente sabes onde encontrá-la.
E sem piedade das horas.

Na contagem regressiva, esfoleou-se o tempo, restou a poesia.

2 comentários:

R., R., Rosa disse...

Esperava que aqui estariam 100 comentários de teus admiradores, mas acho que essa personificação dos teus sentidos, cara amiga, assustou os leitores e os repeliram de emoção...

Descobri que és realmente um doce. E na análise de ontem, sabemos os motivos de sê-lo, hahaha.

Home Made Brownies disse...

não assusta, não! ;)

beijos

Mari ;D