sexta-feira, 12 de março de 2010

Assinando lábios

_Assim que eu te encontro, eu parto meu corpo entre a parte sôfrega, e a que se oferta enquanto deseja; que as fendas sejam abismos, e que se perca de vez a mesma fonte de dor e intensidade, por um sorriso ao fim de noite.
_Declaro que me chames de puta. Que me agarres aos cabelos seja como estejam; presos ou volumosos e livres, são tuas as rédeas ao meu desejo institivo - sublime nos teus gestos de cativo naturais, que na lentidão enlouquece preenchendo aos poucos.
Me devora na expectativa da fome e engole lento ou vorazmente cada poro para que se entenda poços que fazem calda na tua saliva que esbalda a razão lógica que explique a gula.
_E com força tamanha que agüente o estremecer, a textura por um movimento que se aplique único a desejo, para irromper na calma o instinto livre de devorar, ininteligível. Liberta o que floresce o ventre, deixa no cálido o demonstrar tão nu que não se retrata só nos corpos; ensanguente lençóis, abra portas penetrando a casa por teus gemidos, e me encontre no teu gozo estremecida sob o teu corpo._E tão magistral que a forma não explique o que ocorre.
_Esqueça meu nome e rasga esse desejo reprimido em todo o tempo que o pudor caiu sob minhas vestes, recolhe teu saber e desfruta do desengano de dentes famintos entre línguas sem fim. Me devora que puta me deleito na tua cama. Labirintos famintos se escondem nos sussurros dos lençóis.

Antonina.