sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

I N T E R M I S S I O N (II)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Homem e a sua doença

Um caminho curto pra distrair o que é imprescindivelmente longo, ou ainda, de tamanho impreciso é inerente a curiosidade incontida, a vontade de expressar o manifesto, e olha-se de soslaio para o que na mesma matéria, à esse homem culpa prende.
O tácito desejo cálido que percorre tão ávido os instintos de devorar-se; de boca húmida e desejo rijo, em ocupação distante a mente ilusiona a vida diferente, das dores, quase imune. Pudera o homem ver sua alma de fronte ao espelho quando se repara, se apronta, enquanto se consome, não percebendo que os seus sentidos se tornam todos bocas devoradoras, e o medo é fome, a confusão é gula e a ânsia é mais e mais...! Ah os seus nervos não se alongam ou partem as pontas em longos sorvos ou curtos casos; a memória não subtrai o que é cru, o coração não dissipa o que lhe ocorre.
E na divisão a falta indica o íntegro, a sensibilidade a tona, a natureza do grito, e por conseguinte, o suspiro, o elevar de um poro, a lembrança ao tom em ouvidos, o olfato é a memória que o sentido de avistar observa longíquo tudo o que lhe trouxe sem comprometer-lhe, bastou-lhe formar o peito como abrigo para ter o afago tímido de saber encontrar-se. é na lonjura que a silhueta se apronta por inteiro, e se é medo, assombra, e se é amor, se entrega.
As descobertas restantes são átimos do que não se conclui no selvagem que nos contorna no ritmo das palavras, no frenesí que a sabedoria humana conserva nos escritos da memória de comportar o viver, e no deslize, uma vivência que se reforma na pele que pétala dissipa,
é a Flor do homem que renasce; é a verdadeira história de todos os causos que a febre ansiosa do Homem e sua doença, soubera anestesiar. (-maldita hora)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

(''...I can't) Wash (you out my skin..'')

Despiu a escolha de uma hora, e marcavam-se todos os momentos pelo que lhe restava: o maior órgão, a pele tanto tracejada pelo apelo do dia que suportara, quanto pelos sinais desde o nascimento - intransponíveis consagrações do tempo. Abriu as portas do atemporal quando libertou-se afinal, a porta lhe deu mais um espaço livre à mente - ainda na abertura que o comum pode lhe oferecer.
Abriu o registro do indestrutível, alinharam-se as linhas do esperado: gotas e gotas de calma e nostalgia. As principiantes desceram sob seu corpo, marcando as glândulas de seu peito como porto, que chegam e escorrem, pra vivificar o sentir: um sopro que fecha os olhos. E flui como a água a transparência do sentir, como vibram os poros com a tênue prioridade de lavar, a alma.

Ali germinara a conexão do vital, ligando todos
os pontos a matéria de estar emocionada simplesmente real, como o instante para alimentar o inexplicável; e falando dele para existir melhor, existindo-se para ser mais segura. Carmen, uma flor em desabrochar; as gotas lhe caem repentinas e densas, pesam e desequilibram, fechando os olhos para os sentidos restantes vibrarem aos solos necessidades em seus valores, limpa os vícios, retira os pudores, deixa o limpo claro e o claro tão límpido que rasa a pétala suspende a pele para o maior artifício: conhecer-se.


Deixa a pele com o cheiro da pétala mais sublime, pois a matéria da nostalgia abriu as portas e ao personificar-se vem ao teu encontro, abraçar-te.