sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Hibridez

O tempo me agarra como um amigo que prende as impressões primeiras da pessoa de que sou...
O inimigo que me embala no cansaço, virtualiza minhas palavras no silêncio que prescreve a presença do insubstituível;
um laço que me aconchega enquanto a lembrança sua, me envolve.
Tuas pessoas me comovem, Sr Tempo.

Falta de imprevisão, um sopro de vida em meus olhos e em meu comportamento;
são.
.
.
.
Leve impressão entre amigos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Só por hoje

_Restos da noite impregnaram-se aos lençóis que ao Sol, pela manhã, são chacoalhados; e virgens, incineram com súbito e atroz resultado a seguridade dos atos, pra resolverem-se em em onduladas correntes de anseios e desconcertos lógicos.
Agora ela vira, na tonelada que seus passos provocam, os ruídos no solo - são imagens que retorcem-se no elos pensativos de um suposto agora.
_Um imprevisto no visto que o calendário resguarda na sua suposta igualdade de dia à dia, relações que são imunes a qualquer exatidão determinada na vista, já espacejada por conceitos, mas com pouca destituição da suicida condensação da realidade (agora)...
Agora então nela, manifestava-se sua epiderme, em silogismos ardentes, corados, e, agudamente, as necessidades que não lhe estavam sendo supridas. Ou ainda, manifestavam o inútil para exaurir com a última relevância do desnecessário. Mas enquanto não soubera do qual tratava-se, consumia-lhe até o último poro, doses incalculadas de de um mal-estar que mesmo alérgico, indiferente a ela apresentava-se, indiferente, por um todo.
_Tamanha assuidade paradoxal esgotara-lhe a atração do corpo a defender-se ou da letargia a paralizar-lhe. Constantes pausas não lhe mostravam ainda... ainda... Ainda a que tivesse um ponto a buscar e dar-lhe de toda e qualquer certeza!:
a plenitude.
Sem esperar o Futuro, ou sem haver roubo de atenção, indiferença, ter a quem ouvir, a quem amar.
...
_Devaneada na própria distração de poder originar-se e dar-se ao surto-sedento de compreensão para poder atrelar a movimentos a súbita consciência do transitivo. Envolvia-lhe a existência, sem empolgação.
_Um tanto melhor, para não ser pior.
_Um tanto de estrelas para acompanhá-la com o punhado de luz natural no glóbulo lunar, no centro que cabe na palma da mão.
Abaixo de seu céu, ela apalpa as roupas e semeia a veste do tecido da cama para desapropriar-se dos câmbios da verdade, descoberta despêrta (oh).
_Antes mesmo de acabar a matéria de seus pés.


_Estes dias, quando podem atribuírem-se possessivos, são como a curva do horizonte; à beira de seus extremos comovem as possibilidades do inusitado aos olhos, com a convergência do toque ótico à resposta do raciocinar.
_À beira de todas as descobertas, com a novidade única que essa palavra já denotativa renasce sempre que dita.:
VIVA!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Pensamentos decorrentes da árvore apaixonada ao pássaro lindo e livre

Não é porque eu, galhuda, fico esperando-te que devo ficar com as sementes das frutas que distribuis ao mundo.
Da semente infeliz caída ao meu solo pode brotar folhas apenas, aquelas folhas, de inveja, logo podres de vingança*.
_____________Ah, eu não espero (não quero).

[Ciscos do vento: ciúmes ]

-- // -- \\ -- // --// -- // -- \\ -- // --// -- // -- \\ -- // -- // -- // -- \\ -- // -- // -- \\ --

Quero que com minhas folhudas oferendas, possa banhar-te calmo e à vontade da finura de tuas asas. Que nenhum arrepio transpasse por meus galhos enquanto te cuidas concentrado, à não assustar-te e atingir o ponto cru a não quereres mais em meu caule aninhar, o centro de meu peito.
Ó em ti meu doce passarinho, desamparado caminho do porte da vida, eu desejo que transpassem em mim - delicadas como tu, as fendas do sol borbulhando a doçura do dia, no desabotoar difícil de teus olhos; para quando adaptarem-se, o brilho da manta azul que te chama à aninhar tuas doces asas, tu olhares para mim, receptáculo de teu cuidado. E no suspiro primeiro de teu dia, exalares todo o amor decorrente em teu gorjeio ao sorrires-me: Bom dia!

Curando todas as insônias de meus cuidados, uma colher de chá matinal de teu carinho.

___________Novo vento agora, sacode os meus ninhos.


Ah, Rita e Clarice* , vocês me inspiram por demasia!
Imagem por
Pablo Gamba