segunda-feira, 30 de abril de 2012

Das ranhuras de um delírio.


O lençol sentiu como o corpo dela
se deitara sob ele
Logo após o instante de aconchego,
veio o calor, o silêncio.

E o que inspirava a realidade
era o pulsar cardíaco que dela emanava
e nele quase onírico se absorvia...

Um coração com a vida
em um nome vibrado, naquele frêmito
ao sono pedindo, dela se embriagando de paixão

E à ele, um inanimado delirante, não fazia mal,
que houvesse um outro ser dono desse instante,
da origem do pensar que não o próprio

Afinal o ser dele,
mais confidente, mais sutil e verdadeiro
à outra forma de ser, não se pertencerá.

Aquele instante entre a consciência e o contato,
ninguém (nem ela, nem Ele, nem dele)
sabe prever e nem colher
.
Mas vide um estandarte real à permissão de sentir;
e vitrinado... no corpo, retalhado num tecido...
puro de si.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Para a menina em seu casulo de flores amarelas


Menina, nunca te esqueças:
se teu coração se aperta
é que ele tem um mundo pra expandir!

Os nomes e seres podem todos dia ser reinventados...
e em vias que não dissipam o que é sentir, o que é se permitir
São só canais pra reinventar o teu fim,
que é um piscar de olhos, o acordar e criar um sonho novo,
e de novo
                                                                   de novo....!

Teu casulo é brilho pra asas que se partem, e vão renascendo
É a luz das flores amarelas... é a tua voz em silêncio,
                                                                                   [se cantando por música
Contraindo o coração como espelho
 - que não sabe partir a imensidão numa só imagem

E então não há tempo que encurta o que é amor,
que não martele em prisão o ensinar da dor
É uma cor indescritível como vento,
do que sopra, inventa e respira essencial

O que sempre te frutifica a ser, como hoje,
provoca nos teus lábios um convite a sorrir;
porque até o outono quer se postar, incrivelmente,
a te fazer florir!

♪ Do amor ♪ Tulipa Ruiz