quarta-feira, 4 de julho de 2007

Aguarde o fim dos tempos

É preciso ser uma Maria, é preciso ser um João
Pra não cair numa rotina desgastada da solidão agrupada no conformismo da obrigação
Na beira da calçada avisto o céu limpo se formar e homens e máquinas não se ajustarem a diferenças gradiosas
Frio como aço e empenhado na ordem
Ordem sem progresso, pois as letras de seus lemas já cairam, e grande parte mal o sabe ler
Dele retiraram o amor e o regresso só fluira como lembrança do caos
Mas os operários sorriram achando figuras na fumaça agoniante, pois não se acham mais nuvens puras
Um pouco de verde se têm, mas daltônica está a vista ajustada à concreto da construção e consumismo
Sendo que o mais rarefeito ar está nos exterminando
Como a erva daninha que o seu prato principal que já foi vida engoliu e você na cadeia alimentar, erdou de presságio para o rebanho
Nova carcaça, admiráveis gados novos.
Já sem pasto, e contentes com a figuração
Uma era de reprodução sem criação
Nem de desenhos, nem de filhos
Mais uma estatística, mas um dia que começa, e evolução nos pisa, mas é o dilema da salvação, no livro da pregação de milhares de anos atrás debaixo do braço ( e desgraças debaixo do seu nariz).

Conformados com o pobre ser feio, porcos sujos, rico bonito, o diferente impossível
Deus supremo e Diabo mais dito; valores estagnados nos pecados de a.C.
a Era Vulgaris gasta dinheiro, implanta seios e fala de amor verdadeiro

E criam-se mas vias de sustentar o que não traz felicidade, mas di$córdia, fal$idade e desumanidade que já não tem sentido, é detalhe, lamentado;
o salário e uma cerveja aposta que o Flamengo amanhã vai ganhar, e a Rita mês que vem vai se separar.
Indícios de uma mudança brusca, pra estagnação corrosiva da ruína e completude da não-evolução.


Aponta-se o culpado sem olhar pro próprio nariz, e edifica-se a culpa e diferença sorrateira do Sr e do João que todos os dias afirma sua negação
Espera a quentinha das mãos frias de Maria, que se prepara pra retalhar as verdades que são panos à céu aberto
Alienar as vestes e incorporar o corpo de fantoche
Ser mais condicionado e no fluxo da salvação
Deixando a vida na cesta à pedir louvor e se quer estender a mão pra teu irmão que na rua faminto lhe consultou.



Você me ajuda, e peço que Deus lhe pague
Meu dinheiro é suado, confie mais nos padres.
A mentira é interesse, mas a verdade é uma visão
Economistas falam de visão de mercado; não sei o que significa só sei que inflação, não é bom não
Folhear o jornal pra ver desgraça não vale à pena e horóscopo? Hum... quem sabe não tenho a sorte de ganhar na Mega Sena?

Não sei porquê, mas as pessoas andam se odiando demais, é tanta falta de querer mudar que a vida corrupta só tende a crescer...

Mas se a Maria e o João não arrumarem rupturas, até onde vai a podridão?
Costurar a chaga da ferida e tapar o buraco do ladrão resplandecem a roupa rasgada do mendigo e estruturas faveladas
E lá no Congresso, a ordem e progresso anda bem, agradecendo o sim que você concedeu.
E então, não há Deus que pague a comida de teus filhos e o amor da mãe desesperada porque a morte de João foi de bala perdida e dói como alma vendida...
Alvo da mentira que se espalhou na avenida...
De que haviam novos tempos e a consciência foi descoberta; mas a oferta na esquina só ofereçe um buffet com sobremesa grátis, e nenhum tipo de vida melhorzinha...


Houve uma mina descoberta nas calçadas, implantação da cobiça exasperada pelo combustível da conveniência, estuparam a inocência afim de adquirir seu líquido pra dar um tom mais realista às bonecas das filhas de toda Maria
As bolas eram recolhidas na esmola do pequeno engraxate, com o sonho reciclado
Por pouco não falido, pois no chão estava todo o lixo
O cestos já estão cheios de orgulho, e a multidão espera pelo Messias que recolha os bons sofredores
Lá na praça pública foi convencionada a convivência frívola, os senhores trariam cores pra devoção, novos ares, belos rumores
Fosse o que fosse, sairia de nossas mãos
Eis a energia forjada... a bomba atômica está nas mãos dos escolhidos.



Enquanto isso, cantamos o popular, dançemos pra pegar o amor alheio
Esfregamos corpos pra ver se sai algum líquido suficiente
Pra lavar a alma desse povo penoso e dessa culpa crescente

Um nó na garganta dos que esperam ansiosamente, pelas portas abertas sem um fundo de percepção...

E pra velar João não houvera nenhuma flor, a chuva renegou-se à cair e a misericórdia não floresceu
Agora o tempo passara e não tinha propósito pra se acreditar
Fosse a morte o ponto de exclamação conformada, o calibre da represália assolaria cada furto, cada memória póstuma da dívida herdada
No sangue do índio derramada e no sangue do boi de tua morada

Hoje bebemos o líquido da vida consumindo a morte
Eis a vida se contradizendo no dilema da solução
Sustentamo-nos violando.

Mas é um ciclo, crie sua pequena Maria, a vida está começando pro pobre João
É preciso ser cada um deles pra continuar
A vida não pára e o tempo não espera
Pra não morrer imprestável seja mais um fraco, mais um coitado.
Esperando por Deus e seus anjos misericordiosos... No fim alegre, de nossos tempos.
É um absurdo?
É o que dizia a placa do postinho:
Aguarde um momento.



Confiar. crer. ser. restaurar. reciclar. renascer. dar um passo. sobreviver. não tem esforço, você simplesmente passou a ser.

Um comentário:

R., R., Rosa disse...

Ao som de Calibre 12 isso ficaria mais que realista e doentiiiio.

Animal, porque lindo seria sensível demais para esse "tabefes da verdade", se é que você me entende (claro que entende, é P.I. mesmo)

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