quinta-feira, 18 de junho de 2009

Cantatrice

Para compôr a estrela dessa luz toda, sem utilizar teus dedos a complementarem a força de minhas mãos, vou te pôr nas palavras ao vento jogadas todas as vezes que sussurrei juras ao teu nome em solidão, eu sei que chegam rajadas aos teus cabelos, nestas noites tão frias em que teu corpo é todo o acalento de uma alma que não se saceia, e não vai ao teu encontro.
Eu te vi passar de longe, e notei a sintonia de teus movimentos tão desequilibradas na tua velocidade e a minha lentidão, porque foi tão vazia a conversa alheia a disfarçar que eu te esperava - mas sem saber, que iria te ver partir antes de me tomar; daí que arrebatastes o meu tempo pra contabilizar noites e dias, tampouco tempo pra passar e não dissipar que eu quero te dizer, te cantar, te vibrar nesse amor de pouco gozo e muito tremor...
Teu corpo me fere de tuas lonjuras, alcanças-me distante e eu te entendo estrela, de um céu, um céu que está entalado na minha boca - e a garganta que não pode ser tão profunda te profere, num silêncio que só a alma de anjo saberá decifrar.
E assim é raro o encanto de te compreender! tu lá longe, tu tão inspirador, tu tão latente em mim me faz observar que nesta estação,
a fumaça que exala de tua boca é expressão do tempo que se encaminha - e sei que, todo espaço é céu quando sopras.

2 comentários:

Michele Moura disse...

Que tão grande amor é esse...
que da própria dor se alimenta
e se aumenta... pra acalentar
a esperança que a própria
dor não afugenta!

:)

:*

Marco Antonio disse...

é triste que nossos sentimentos não consigam ver da mesma forma que vêem os olhos da razão... e assim se faz o amor, uma aventura arriscada... em que muitas vezes a dor é tão ou mais presente que o bem que faz... porém nunca mais forte; o bem que faz o amor é motivo pra estarmos vivos

boa semana Cláudia, cuide-se :)
abraços