segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eu conhecí uma garota que eu já conhecia...

O roxo estampado foi o que me chamou,
e como um raio se alongou costurando a silhueta,
indo aos cachos voando altos, e alongadamente
seus pés voltaram-me o chão, nas costas de certeiros rastros.

A espera por um gesto instigou a forma de imaginar tão precisa ao que penso,
que ela já nem mais precisava me pensar em dizer
Sua voz intercalava meus ecos e eu vislumbrei naquela pose
uma estátua de argila; mole e fatal.

No balanço que surtava minhas lembranças,
torci por um gesto que eu havia considerado dentro de mim mesmo antes de consumado,
e a vontade de saber tornou-se certificado de que eu sabia,
querendo o que eu já possuía.

Estranhamente signos de apossaram singularmente de duas criaturas,
e eu criei das circunstâncias um escape para coincidências assim que a perdi de minha vista;
vista que não abandonou os olhos,
pois ao menear sua cabeça ao ar que a rodeava, seus olhos pousaram sobre o espaço;
e meu rosto estupefato concordou:
na paleta de meu acaso achei o verde que queria,
pois lá no fundo daqueles olhos achei o que me remetia;
indigente meu eu tingiu-se na cor de minhas preferências, jorrando no caso da vida leve,
o encontro do que me movia; detalhes d'eu mesma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Instigante!

beijos!