segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A ordem que não condena

O dia cinza dominou-se curioso pelo calor que vez abrupto estranhamento até chover. Carregou os olhos amargos dela, e o súbito punhal no seu coração movimentou-se pelo coração que faz força para resistir; o punhal estanca a correnteza de ser mais um dia. Mais um dia menos difícil.
Move-se com solavancos de súbito desespero, de repente o coração se repara no seu ciclo e o tempo desmorona lento e a calma estabelece o raciocínio. Volta-se o medo, os olhos se fecham. E se partem, um desassossego que quer fazer entender, mas não vai explicar. A noite que ela quer pra sempre, pra não precisar enxergar os pulsos vívidos pedindo o fardo para serem encorporados além da fonte de si mesmos. Não o fardo, mas os fatos pra provarem a resistência, de que ela é forte. E só perece com a coragem guardada, pulsando insuportável e vagarosa, no pensamento.

É de sentir a valia da intensidade. Ali está ela. E já não há como negar o momento. Há a coragem. E a vontade. Há os personagens e o tempo. A chuva molhando a terra, o cheiro provocando sinestesias. As roupas marcando o corpo forte. A tendência da vida difícil, mas pra ser completa.
Porque ninguém se enche de vazio, porque ninguém morre da fome por fraqueza de braços. Porque ela ainda acredita, ela acredita, ela ainda, ela, ela... até quando uma segunda pessoa?
Singularidades que não se repetem.
You see, it's not a reprise...

E ela também.

A ordem que não condena, complementa. A melodia que espera a harmonia nos seus atos.

Nas mãos as notas circulando, no céu o ar denotando a fome das nuvens, pelos mortais sua consideração existindo.
Quem dirá que é de longe que deve vir uma conclusão? Nenhuma ordem para a selvageria engolir a saliva e dizer o que se precisa. E o que não precisa, mas se sente.
Sente.

Nenhum comentário: