quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O apontamento de um ponteiro


A criação do tempo corre sobre o criado-mudo que não reclama e guarda, calado.
Passa ao real o inimaginável desta data, como o intrasponível afetando a prestatividade de suas mãos, Alice, tão calada sentia intenso o poder da palavra por toda a dimensão de tal Tempo.
Dia dezenove-do-onze, uma imaginação precária pra sentir-se lá, uma sensação estranha da condição real, consciente e instantânea do que desabrochou e está a definhar.
Na ponta de um lápis presencia a descoberta da herança como inevitável consistência.

Registro de idas e vindas, um cátalogo de sonhos, uma fonte de desespero concreto a toca de muitas maneiras; na ponta daqueles dedos ásperos e frágeis, no peito desabrigado e fatal.
Ler seu destino era condensar sua história no real, e crer nesse inimaginável que conduz o que aponta, afinando o lápis e contanto a sua história,
pois a recontagem dos sinais é a virtude dos personagens, e reconhecer-se toda é
abrir a fenda do infinito, aonde o tempo, não alcança.

Dentro dos contos, uma fada.

10 comentários:

R., R., Rosa disse...

ai, te amo, acho que de tanto que te odeio.

lindlindo, esgotei minha capacidade para posts No Retrato.

agora fico fraco, mentalmente, para dizer algo sobre o poder do infinito que só existe num personagem. e que é multiplicado, na possibilidade da matemática, dentro do ser, real, personagem que sempre se inventa. quando tece linhas nobres como essas.


(L)

Nathália E. disse...

Tempo é algo que me incomoda por não conseguir controlá-lo.
Quando parece que consigo, logo depois percebo que ele me deixou pensar que era eu quem estava no comando. Só pra rir da minha cara. Haha

Guilherme Albinno disse...

apaixonante.

Marco Antonio disse...

a cria se pôs, antes e ainda agora, contra o criador..

Conde Vlad Drakuléa disse...

Noosa, como escreves, como condensas as energias do pensamento em vida, em amor e realidade... O tempo não existe no plano espiritual, vês como Deus é esperto??? Teu fã que te venera e segue...

Conde Vlad D.

Adrielly Soares disse...

Ahh me diz que foi você que desenhou?
Que lindooo.
Um beijo menina, tegosto.

Adrielly Soares disse...

* me lembrou Alice no País das Maravilhas.

Xuxudrops disse...

Que afine muitos lápis e conte-nos muitas histórias, tão cheias de imagens intangíveis!

Beijos!

Anônimo disse...

Sempre bom ter suas palavras em meus olhos... Sinto-te aqui pertinho. E te percebo, fisicamente, tão pequenininha... Mas tão grandiosa em teus sentimentos!
Beijos, fada!

David Monsores disse...

A princípio, o que significa footsteps?
Em relação a outras coisas, lá está ela, dentro de seus contos, num processo gradativo que vai desabrochando e definhando até que chega-se a dimensão real, onde nada tem sentido, onde nada é simbolizado, onde tudo é inimaginável! Onde Deus habita!

BeijO grande, maravilhosas poesias as tuas, muito bom vir aqui!