segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Da árvore apaixonada e do pássaro lindo e livre, o caminho.

_De uma casa pré-fabricada abriu-se uma janela - anunciando assim, o vento proclamou um mundo novo. Correu a despentear os arrumados, desflorou as meninas que travestiam-se de flores. Uma casa para um destino novo, pinceladas a mais no (es)quadro daquele cenário.
_A árvore foi quem ouviu primeiro, mais de perto, assustou-se mesmo com o baque do portal novo que se abrira, um novo aconchego para os olhos. Sentiu a vibração tocar suas folhas, um arrepio em cada galho: um fio de esperança. Inspirada sempre no recurso dos instintos, emocionava-se com cada gota que escorria-lhe os longos traços à sol, flor e frio.
O mesmo não lhe cansava. O tédio não alcançara a dela intensidade.
_E a vista da janela que se abriu provocou a sombra pra silhueta de um novo caminho; não havia terra, pedras ou flores, era um toque e um tímido carinho.
_De repente, deu-se conta da poesia que
fremitava seu ritmo, num corpinho de calor vitalício, um gorjeio grave ensinou-lhe o que eram as canções, e o pouso daquele passarinho lhe deu a graça de um vôo, a leveza de uma nuvem descendo-lhe às raízes.
E os céus confundiram-lhe no alto que fez a miscelânea ser sinestesia para todo esse tom.

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Ó bom passarinho que repousas pelo corpo com o dom, não tardas a voltar, não me crava garras, pequenino!, voa pra desalinhar tuas plumas, e volte para o galho do centro que cuido do vento - nas frestas teu pente, no centro, meu peito. Semeias meus frutos tão de repente, que o doce será teu alimento, regas no tu toque passarinho, o poro do fruto nu. E decoro teu corpo como a canção do imaginário, as notas de belas artes.

_E ver o pássaro cantar e guiar e vibrar, foi completar nas asas da borboleta as cores da casa, nos pés descalços que nela habitaram, o fruto pronto no chão; mãos e garras tocaram pequenas o tempo que frisava somente o bom.
_Entristecia apenas o tom caloroso de repente, na latência da solidão, de um ninho caído pelo desequilíbrio para provar o confiável. As gotas que alimentavam os mais pequenos, nela crescia o amável.

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Ó passarinho que desemboca nas estações a ploriferar os cantos de beleza, bate tuas asas a lapidar o mundo tão rígido! E não dispensas dos traços de tuas asas as matrizes de um lar que não se cansa quando pousas nesse lugar - a voz de uma estação clama teu canto, os novos caminhos para nossa casa,
meu ninho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai, que lindo!

Você tem inspiração de sobra! :)


Muito bonito.

e obrigada pelas palavras no meu blog. ^^

beijos!