segunda-feira, 30 de abril de 2012

Das ranhuras de um delírio.


O lençol sentiu como o corpo dela
se deitara sob ele
Logo após o instante de aconchego,
veio o calor, o silêncio.

E o que inspirava a realidade
era o pulsar cardíaco que dela emanava
e nele quase onírico se absorvia...

Um coração com a vida
em um nome vibrado, naquele frêmito
ao sono pedindo, dela se embriagando de paixão

E à ele, um inanimado delirante, não fazia mal,
que houvesse um outro ser dono desse instante,
da origem do pensar que não o próprio

Afinal o ser dele,
mais confidente, mais sutil e verdadeiro
à outra forma de ser, não se pertencerá.

Aquele instante entre a consciência e o contato,
ninguém (nem ela, nem Ele, nem dele)
sabe prever e nem colher
.
Mas vide um estandarte real à permissão de sentir;
e vitrinado... no corpo, retalhado num tecido...
puro de si.

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