sábado, 15 de janeiro de 2011

'Lenços sempre carregam traços de solidão...'


...como um corpo leve suspira uma sensação com o peso do mundo ao redor, levantando o vento - em realizar essa atmosfera, tão cíclica quanto real.
_Ela renova seus olhos cristalizando o que vê, tão cruel classificação das vias de tudo, uma teoria conspiratória numa redoma de diamante. Tudo friamente calculado, e mãos que se retêm em cobrir as mãos do que não lhe conclui, mas o pensamento tende a
ser fatal.
E um caminho recorre, como as dobras das mangas de pulsos frágeis, à tendência de seus lábios curvarem tudo o que sente, é a tênue linha que não diz, mas sustenta o equilíbrio das palavras. Como um rosto precipita a atenção de outros olhos, a energia que lhe desbrava o corpo, molda a figura. Uma alma levitando um gesto. Uma explanação que aumenta a ritmia do coração e induz o compasso dos pés...
_Como minusciosidades que aumentam o horizonte escolhendo as cores de dentro pra fora; de um momento à uma lágrima, a aquarela de avivar seu próprio ser lhe leva as fibras do fruto mais denso, consentindo a chuva a crescer um pedaço de caminho, e todo instante que lento comove o que de repente, será um constar de renovar os próprios e menores resquícios.


_Os olhos e de novo o mundo, dobrando a textura do porvir no sentir igual. Ela senta-se e tira do bolso lentamente, um formato que as nódoas dos dedos não mentem como finura essencial de tudo que transparece; todos os passos lentos, o olhar atento, e um vazio esbranquiçado respirando a existência das nuvens, um tudo com um tanto tão inspirador...

_E eis a sua solidão protegendo os olhos, escrevendo lágrimas numa fibra de solidão. Foi a tinta derramada num lenço, foram os olhos preescritos em mais que se vê, num forte claro e simples, é majestoso o simplificar o fluxo de uma passagem, e recolher a marca do sublime tom, em se compreender.

Ilustração e título de
Nestor Jr.

Um comentário:

nestor jr. disse...

pára ne claudia.
lindo!
te amo