quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Só por hoje

_Restos da noite impregnaram-se aos lençóis que ao Sol, pela manhã, são chacoalhados; e virgens, incineram com súbito e atroz resultado a seguridade dos atos, pra resolverem-se em em onduladas correntes de anseios e desconcertos lógicos.
Agora ela vira, na tonelada que seus passos provocam, os ruídos no solo - são imagens que retorcem-se no elos pensativos de um suposto agora.
_Um imprevisto no visto que o calendário resguarda na sua suposta igualdade de dia à dia, relações que são imunes a qualquer exatidão determinada na vista, já espacejada por conceitos, mas com pouca destituição da suicida condensação da realidade (agora)...
Agora então nela, manifestava-se sua epiderme, em silogismos ardentes, corados, e, agudamente, as necessidades que não lhe estavam sendo supridas. Ou ainda, manifestavam o inútil para exaurir com a última relevância do desnecessário. Mas enquanto não soubera do qual tratava-se, consumia-lhe até o último poro, doses incalculadas de de um mal-estar que mesmo alérgico, indiferente a ela apresentava-se, indiferente, por um todo.
_Tamanha assuidade paradoxal esgotara-lhe a atração do corpo a defender-se ou da letargia a paralizar-lhe. Constantes pausas não lhe mostravam ainda... ainda... Ainda a que tivesse um ponto a buscar e dar-lhe de toda e qualquer certeza!:
a plenitude.
Sem esperar o Futuro, ou sem haver roubo de atenção, indiferença, ter a quem ouvir, a quem amar.
...
_Devaneada na própria distração de poder originar-se e dar-se ao surto-sedento de compreensão para poder atrelar a movimentos a súbita consciência do transitivo. Envolvia-lhe a existência, sem empolgação.
_Um tanto melhor, para não ser pior.
_Um tanto de estrelas para acompanhá-la com o punhado de luz natural no glóbulo lunar, no centro que cabe na palma da mão.
Abaixo de seu céu, ela apalpa as roupas e semeia a veste do tecido da cama para desapropriar-se dos câmbios da verdade, descoberta despêrta (oh).
_Antes mesmo de acabar a matéria de seus pés.


_Estes dias, quando podem atribuírem-se possessivos, são como a curva do horizonte; à beira de seus extremos comovem as possibilidades do inusitado aos olhos, com a convergência do toque ótico à resposta do raciocinar.
_À beira de todas as descobertas, com a novidade única que essa palavra já denotativa renasce sempre que dita.:
VIVA!

Um comentário:

Anônimo disse...

Este texto é quase como um desabafo. Achei profundo. Bonito.

'Agora ela vira, na tonelada que seus passos provocam, os ruídos no solo - são imagens que retorcem-se no elos pensativos de um suposto agora.'

'Um suposto agora. '

Gostei!

Beijos. Boa Semana.