segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Rasgad(o, a) ao vento

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''Não vou ousar em nenhum momento atentar minha vida por você.
Se por profundo desespero cabo a lhe escrever, é porque a calma de algum amor, de alguma paciência cheia de ternura ainda decidiu se manifestar, declinou em lhe ter.
Sendo que há muito de vida fostes codinome, exatidão, manutenção de sentidos coerentes é mentira para este caso, verdadeiro, se for, é atrito.
Se fujo com tuas bagagens, é por apego das matérias que lhe construiram à mim tua pessoa - que personalidade coube ao vento - que me declina ao passar, moldar as roupas de meu corpo, a ameaça protecionista de minhas escolhas...
Escolhi o vão para preencher o espaço desabrigado, longe do alinhamento padrão da prontidão ao fim de teus atos.
Deixei todo o processo inacabado das atividades para não perderes o ritmo dos dias, e muito menos o peso das mãos que cá te afagam em despedida de carícias, mas cheia de trajetos psicológicos.
Se ao longe fico distinta, se te pareço (não-)estranha, tua organização apenas confundiu lugares. Sem o apoio de tuas mãos, à este pedaço de coração rasgado, os manuscritos de tua inteligência jamais teriam significados, e as encostas na parede não lhe cobrariam os erros e lágrimas que posiciona(ra)m. E que nostalgicamente ideológicos, meus beijos de fim por cá mandados lhe retorcem o comodismo.
Com ódio adocicado, anulo os fatores do tempo e declino-me à esta tua branca visão,

Tua confiança sem palavras, a quem chama(vas) de Antonina.''

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Um comentário:

inutilia sapiens disse...

nossa...
lindo!
regado de tudo!
=)

besos.

ps: "E nunca deixo de lembrar que te esqueci nessas frases de quintal, de quintana... ;)"

adorei!