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É sentando por instantes na beirada do tempo
que se remexe os pensamentos
e o que da ternura ou acidez deles se levanta,
vem um eco de lembrança
Uma escrita que o tempo joga poeira,
mas a pele reconhece sempre que arrepia-se movimentando
esse pequeno fragmento (é tempo?),
de novo, como sempre - e como se nunca houvera sido.
As distâncias que têm nome vão se dissolvendo
como um observar ao céu, como se elas materiais,
pulassem poças e só sentissem o vento no rosto
- uma licença poética pra dizer como nasce um sorriso...
E surge a visão, o gosto, o delírio, a sinestesia embriagante
que é, elucidar o incrível do simplesmente, pequenino e integral,
pulsando das cores de tudo,
embora todas as metades desbotem um dia
(é chuva renovadora!)
É da proporção inconclusa,
da dúvida motivadora das borboletas internas,
que as pulsações criam a melodia que dá vida pra música,
que assopra o suspiro, que delira uma tarde de domingo,
em levitar, existir como dente-de-leão...!
Um passo ao infinito dado no mesmo lugar,
as luzes se esvaindo, palavras tolas
e o cansaço brincando de amar,
como se em todas as noites se pudesse reinventar estrelas...
.
.
.
Ela nunca trascrevera tudo, pra deixar assim;
uma fresta, uma vontade, uma reticência, que diga devagar e sempre, que há mais rastros além da luz.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
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