Nos berços de

Ah eu sei que tua essência se torna a desgraça de quem ousa tocar-te infame; invades sem piedade os lares dos dependentes que criastes - imponente e temperamental, sacias com o medo quem te necessita como o primordial elixir da vida.
Tua cor é a haste dos reflexos de quem te manuseia, no mesmo tão pura que incolor cristaliza o mistério de todas as vidas. Teu gosto é o neutro da espera com o odor do imprevisível que não se exala, mas guia com a mais corriqueira e impenetrável sentença do insubstituível.
E tuas ondas são a mesma linha que transparece como fino espelho, no mais fundo dos lagos, com mais inspiradora e sedutora curiosidade que chama o vício, tornando-se a poça, a vertente da paisagem, o toque que condena a eternidade e os seus seguidores, de teus amantes - que, na voluptuosidade de tua exuberância te derramam dos cálices, mas que hão ainda de lutar e morrer por tua permanência. Sem conjugar com prepotência a influência sem fim que de todos carregastes tão terrena - como a necessidade toda - princípio e fim.
2 comentários:
Credo, eu fico sem ar lendo as coisas que você escreve Cláudia!
Oi Claudia, obrigada pelo comentário.. Personificando e Falarteando, nossos gerúndios expositivo-sutilmente-artísticos. (?)
Parabéns pelo blog, inspirador!
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