Da estrela pontuda que embalou-se demais, o vento virou roteiro - e cambaleou tanto, que caiu tortinha no espaço, gracejando o ar pra um novo começo. Desenhando nos ares com as lágrimas de felicidade que doava aos céus, efêmera caiu sorrateira - fazendo de sua cauda o sobrenome de sua aparição - por isso cadente.
E no impacto caiu sob uma cabeça e nela derramou prata, trazendo a velhice pra quem já vôou alto. As crianças que viram apenas os riscos, apontaram para querer alcançar o real E pegam-se sonhando com o Futuro da prosperidade destes traços, novamente.
E crescer é sentir sem perceber, que os traços alinham a cabeça, em fios voluptuosos da alegria, com o acaso de um embalo, que o tempo passa dando nomes diferentes para o que nos soou sempre igual.
Foi a estrela que escreveu cada linha, lápide infinita.
'Os desenhos escondidos entre os poros de tua pele são os dizeres das salivas que ao penetrar, intensificou teu corpo. O suor que percorria teu decote pela lentidão do vento entre o vapor daquela sala - entregou teu corpo quente ao traço nu, e a trajetória se fez a mais cálida, pelo mesmo suor que tenciona o centro de teu peito agora tão aceleradamente.
Guardo em meu inconsciente os registros daquela noite em que mal dormiu o Pudor. Teu riso compactuou o desejo, e a libido se espalhou, com os goles voluptuosos, entre um olhar outro.
É só a noite cair e os copos levantarem-se que teu aroma chega até mim. As luzes de um sabado à noite acendem-se nas pontas de cigarro, e eu vejo teus lábios, entre os meus, cumprimentando o irreal.
As frases escritas na parede fecham meus olhos - eu enxergo tua caligrafia na poesia boêmia da cidade - e já que vivo, lhe entrego a boca amarga e o tédio, para os dias transformarem teu espasmo como meu filtro, ó vício fatal da última castidade...'
_De uma casa pré-fabricada abriu-se uma janela - anunciando assim, o vento proclamou um mundo novo. Correu a despentear os arrumados, desflorou as meninas que travestiam-se de flores. Uma casa para um destino novo, pinceladas a mais no (es)quadro daquele cenário. _A árvore foi quem ouviu primeiro, mais de perto, assustou-se mesmo com o baque do portal novo que se abrira, um novo aconchego para os olhos. Sentiu a vibração tocar suas folhas, um arrepio em cada galho: um fio de esperança. Inspirada sempre no recurso dos instintos, emocionava-se com cada gota que escorria-lhe os longos traços à sol, flor e frio. O mesmo não lhe cansava. O tédio não alcançara a dela intensidade. _E a vista da janela que se abriu provocou a sombra pra silhueta de um novo caminho; não havia terra, pedras ou flores, era um toque e um tímido carinho. _De repente, deu-se conta da poesia que fremitava seu ritmo, num corpinho de calor vitalício, um gorjeio grave ensinou-lhe o que eram as canções, e o pouso daquele passarinho lhe deu a graça de um vôo, a leveza de uma nuvem descendo-lhe às raízes. E os céus confundiram-lhe no alto que fez a miscelânea ser sinestesia para todo esse tom.
__Ó bom passarinho que repousas pelo corpo com o dom, não tardas a voltar, não me crava garras, pequenino!, voa pra desalinhar tuas plumas, e volte para o galho do centro que cuido do vento - nas frestas teu pente, no centro, meu peito. Semeias meus frutos tão de repente, que o doce será teu alimento, regas no tu toque passarinho, o poro do fruto nu. E decoro teu corpo como a canção do imaginário, as notas de belas artes.
_E ver o pássaro cantar e guiar e vibrar, foi completar nas asas da borboleta as cores da casa, nos pés descalços que nela habitaram, o fruto pronto no chão; mãos e garras tocaram pequenas o tempo que frisava somente o bom. _Entristecia apenas o tom caloroso de repente, na latência da solidão, de um ninho caído pelo desequilíbrio para provar o confiável. As gotas que alimentavam os mais pequenos, nela crescia o amável.
__Ó passarinho que desemboca nas estações a ploriferar os cantos de beleza, bate tuas asas a lapidar o mundo tão rígido! E não dispensas dos traços de tuas asas as matrizes de um lar que não se cansa quando pousas nesse lugar - a voz de uma estação clama teu canto, os novos caminhos para nossa casa, meu ninho.
....................................................''Das Utopias Se as coisas são inatingíveis... ora! não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fôra a mágica presença das estrelas! '' ................................................(Mário Quintana)
Abraço e ajo como de costume, como que a intensidade de um olhar perpetua nas pálpebras que se fecham cuidadosas, pois guiam a estrela cega no aguçamento cheio de contato E no peito tão rápido, um embarque do cálido que me abraça, As ondas de teus impulsos latejam em mim, ...............fortes assim, ...vibrando como pulso.
Tua distância como uma estrela cadente me abre um caminho no peito Que me lacera com tua latência a calidez de teu toque na mais voraz mancha celeste, faísca do tempo. Um golpe de luz que traveste no horizonte as dores de tuas potências em mim, e no amor que tão grande esconde, a flor de um lume, teu corpo em mim.